Lembrando
Lembranças
É o meu coração
um Relicário Adolescente
onde estão
depositados tesouros que acumulei vida
afora.
Nesse cofre,
ornados de róseas ternuras guardei momentos, amores, lembranças, pessoas,
afetos, história.
Hoje, depois de
muitos anos, muitos enganos e desenganos,
resolvi abrir
meu cofre para tocar minhas relíquias, polir ilusões, relembrar momentos
prazerosos.
Eis que constato
com espanto, que nada mais ali contido produz algum efeito gentil, importante
ou nem tanto, no meu presente.
Tudo
transformado, perdendo o colorido, o efeito, o viço, a validade.
Preocupada
comecei a mexer, revolver, conferir,
será que nada
mais me resta de importante do meu passado?
Prossegui,
revirando a arca, espalhando pelo chão o que fora meu tesouro.
Nada!
Larguei tudo
ali, ergui-me desapontada, tensa, decepcionada!
Antes de fechar
a porta para afastar-me
percorri com um
último olhar tudo aquilo
e percebi, no
emaranhado de coisas esparramadas, uma réstia,
um brilho tão
intenso que ofuscou-me a retina.
Pressurosa
lancei-me sobre aquela luz
Meu coração
regozijou!
Minha alma
perturbou-se, meu olhar chorou feliz.
Intacta, áurea,
suave, perfumada, pronta para o grande abraço,
estava diante de
mim A LEMBRANÇA DOS MEUS AVÓS...
Eglê Santos Machado - poetisa
Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
* * *
1 comentários:
Na caixa de Pandora só restou a esperança.
Dizem que ela seria a derradeira a morrer,
mas o que a faz sorrir alegre como criança,
são essas lembranças que nunca hão de fenecer.
Sampa 27/07/2016
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